O aumento do consumo de drogas no País, seja o álcool ou as substâncias ilícitas, automaticamente trás reflexos no ambiente de trabalho. Algumas empresas já estão enfrentando o problema com menos preconceito, resolvendo investir na chance de recuperação dos empregados acometidos pela dependência. Não é algo simples.
No passado, a demissão do trabalhador pego consumindo substâncias impróprias era sumariamente efetivada, às vezes, até por justa causa. O empregador pensava em cortar o ‘mal pela raiz’ para não prejudicar a produtividade do negócio nem permitir que um ‘elemento’ problemático contaminasse a equipe. Hoje, o problema é visto como de saúde, pois a dependência química abrange todas as classes sociais, assim como pode estar entre engenheiros, economistas, técnicos e operários.


Segundo a Organização Mundial de Saúde, 70% das pessoas que fazem uso abusivo de álcool e 63% das que usam drogas ilícitas estão empregadas. Logo, a prática de políticas preventivas vem sendo encampada pelas empresas, independentemente do seu porte. Inicialmente, atuando de forma aberta e sem preconceito, para depois oferecer suporte aos que já apresentam comprometimento físico e psicológico.


O empregador que decide colocar em prática os programas médicos e psicológicos dos trabalhadores com o diagnóstico de dependência estará indo ao encontro de menos riscos de acidentes de trabalho em suas instalações. Recuperar um trabalhador com esse tipo de problema é importante não apenas para ele, mas para a própria empresa. Afinal, o uso de drogas e bebidas em excesso causa aspectos negativos para toda a organização, como perda de produtividade, danos em equipamentos, atrasos, faltas justificadas e injustificadas, problemas de relacionamento entre colegas, acidentes de trabalho e casos extremos, como furtos na empresa, com a finalidade de sustentar o vício. Assim, por meio de uma nova mentalidade frente ao problema, profissionais de segurança e saúde no trabalho, gestores de Recursos Humanos, membros de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt) devem estar capacitados para fazer tanto o acolhimento como os encaminhamentos necessários para ajudar na recuperação do trabalhador dependente químico.


Fonte e data da notícia: Blog Emely Sobral / 15-8-2017